A ÉTICA NÃO MATA A FOME
Lisboa, 3 de Abril de 1954. Estou no Hospital da Ordem Terceira, na Rua Serpa Pinto. Abro a mala, retiro o lenço, enxugo os olhos. O meu tio, Dr. Aristides de Sousa Mendes, acaba de falecer, trombose cerebral agravada por pneumonia. (...). O meu tio era um homem bom, sempre a pensar no bem dos outros. É por isso que morre pobre e desonrado.
(...) Após a morte de Aristides foram executadas as hipotecas do recheio da Casa do Passal. Esta ficou ao abandono e os vizinhos passaram a usá-la como galinheiro, pocilga e curral. As novas autoridades portuguesas, as democráticas, estimularam uma fundação a recuperá-la para hotel ou museu. Projecto congelado: a Casa do Passal continua a desfazer-se, é hoje uma cariada cabana de Viriato. Com o seu desaparecimento, ainda há quem tenha a esperança que também desapareça a memória de Aristides Sousa Mendes – será esse um consolo do Antigamente...
Um exemplo a ter em conta. Os tempos que correm não são para solidariedades nem humanismos. Que se fodam os outros. Judeus ou árabes, pretos ou ciganos, eslavos ou mulatos, que se fodam. (pardon my french) A Teresa Guilherme é que sabe.
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